segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Férias.


Férias, siim, férias, vou ficar um tempo sem postar porque quero curtir um pouco sem ficar me aprisionando no pc, mais eu volto ;)

domingo, 12 de dezembro de 2010


Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre. Seria mais fácil para mim fazer isso porque amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de ti. No entanto, este é o paradoxo: Embora sinta muitíssimo a tua falta, é por tua causa que não temo o futuro. Porque foste capaz de te apaixonar por mim, deste-me esperança, meu querido. Ensinaste-me que é possível seguir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que tenha sido a nossa dor. E à tua maneira, fizeste-me acreditar que o verdadeiro amor não pode ser negado.
Nicholas Sparks.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

 
A razão porque dói tanto a despedida é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez sempre tenham estado e sempre o fiquem. Talvez tenhamos vivido milhares de vidas antes desta, e em cada uma nos tenhamos reencontrado. E talvez que em cada uma tenhamos sido separados pelos mesmos motivos. Isto significa que esta despedida é, ao mesmo tempo, um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio ao que virá. Quando olho para ti vejo a tua beleza e graça, e sei que cresceram mais fortes com cada vida que viveste. E sei que gastei todas as vidas antes desta à tua procura. Não de alguém como tu, mas de ti, porque a tua alma e a minha têm que andar sempre juntas. E assim, por uma razão que nenhum de nós entende, fomos obrigados a dizer-nos adeus. Adoraria dizer-te que tudo correrá bem para nós, e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será. Mas se nunca nos voltarmos a encontrar outra vez, e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo, e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes.
 
(Diário de uma paixão)
Nicholas Sparks

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. Eu eu gosto de você porque gostar não faz sentido. Permita-se. Se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas reuniões e palavras em inglês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Permita-se. Porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. Eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. E explode os relógios. E chega aos poucos ainda que você ainda não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento. Porque você morre. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se. Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais. Eu não queri ir embora e esperar o dia seguinte. porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum aquilibrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.”
Tati Bernardi

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Já não doe, porque enfim já te encontrei
Hoje te vejo e sinto mil coisas de uma vez
Veja se busquei, veja se busquei
Tenho tanto que aprender
tudo o que tenho é teu olhar

De minhas lembranças saem brisas a decorar
As loucuras que você quiser presentear-me
e veja se busquei, veja se busquei
Tenho tanto para dar
Reconheço portas que eu sei
Se abrem somente alguma vez
pouquissimas vezes

Desde quando estarei esperando você
Desde quando estou buscando
Teu olhar no firmamento, estás tremendo
Te busquei em um milhão de auroras
E por nenhuma me apaixono como sabes
E me dei conta agora
Pode parecer atrevimento
más é puro sentimento
diga por favor teu nome  ♪
 
 
 
 
Eu queria ter um namorado. Queria que ele morasse dentro do armário pendurado em um cabide. Sempre que me desse vontade, eu poderia tirar ele lá de dentro, e ele me olharia que nem os meninos fazem nos filmes, como se eu fosse linda.

Antes de Morrer - Jenny Downham

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

 Quando a gente foi ver o pôr-do-sol na Praia, e a gente ficou abraçado, e a gente se achou brega demais, e a gente morreu de rir, eu senti um daqueles segundos de eternidade que tanto assustam o nosso coração acostumado com a fugacidade segura dos sentimentos superficiais. Eu olhei para vc com aquela sua sueter que te deixa com tanta cara de homem e me senti tão ao lado de um homem, que eu tive vontade de ser a melhor mulher do mundo. Eu tive vontade de fazer ginástica, ler, ouvir todas as músicas legais do mundo, cozinhar, arrumar seu quarto, escrever um livro, ser mãe. E aí eu só olhei pra bem longe, muito além daquele Sol, e todo o meu passado se pôs junto com ele. E eu senti a alma clarear enquanto o dia escurecia(...)
Tati Bernardi

terça-feira, 30 de novembro de 2010


E quando você me cansa eu enfio a minha cabeça no fortinho do seu peito, eu que sempre odiei os malhados, e peço a Deus para que eu nunca desista de te odiar tanto assim, porque não pode existir ódio mais cheio de borboletas, notas musicais e passarinhos azuis. Eu quero sim te matar, porque você tem uma mania surda de responder todas as minhas perguntas com um "ãhhh?" enjoado, e eu quero te socar porque você já descobriu tudo o que me irrita e gosta de me ver assim. Mas quando qualquer outra coisa no mundo me irrita, eu lembro que eu tenho você pra me fazer sentir essa raiva nossa de sitcom inteligente. Não somos um casal melado, mas duvido que tenha alguém que duvide do nosso amor. Quer dizer, a gente duvida, mas a gente é louco. E o homem perfeito teria a maior paciência do mundo em me curar dessa loucura, e você tem a maior paciência do mundo em aumentar a minha loucura. Mas eu preciso da minha loucura para escrever coisas geniais e ganhar dinheiro com isso. E sustentar você que, apesar de ganhar bem, é um vagabundo que dorme demais e quer largar tudo para morar na praia. O homem perfeito não é um boa-vida não, mas certamente eu o trairia com você. E sua cara de sonso despretensioso para a vida, enquanto eu coleciono rugas, berros e inchaços. A sua cara de que "não é comigo" vai muito bem com a minha máscara da agressividade que acredita que tudo é comigo. (...) É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim. Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana. E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo. E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.
Tati Bernardi

domingo, 28 de novembro de 2010


"Ele é um super-homem quando a gente precisa e uma criancinha fofa quando a gente também precisa. Meu Deus, agora faço o maior dos esforços do ano: por que cacete deixei de gostar desse cara? Chocolatinhos, vinho, som ambiente, escurinhos. Ele pára o mundo todo, se ajoelha no sofá deixando as mãos no meu colo: “Você não sabe a saudade que eu senti todo esse tempo.” Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros, as mulheres lindas nas capas das revistas são empilhadas descartavelmente e viram nada, a poluição vira oxigênio puro e cor-de-rosa, o outro homem que é dono sem merecer do meu corpo magoado explode no ar deixando apenas estrelas para iluminar meu recomeço, as dúvidas todas do que fazer pelos próximos mil anos se simplificam porque eu só desejo viver aquele momento, sim, sim, sim, eu quero zerar tudo de antes e de depois e amar esse homem agora, como antes, como nunca. Por que não? "
Tati Bernardi

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Há alguns anos. Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.

Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.

Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.

Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos.

Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.

Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania.
* Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

 
Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você. Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida, e que você é cheio dessas coisas. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você me deixou te olhar, mesmo você não gostando de mim. E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.
Caio F. Abreu.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

 
Eu queria ter um namorado. Queria que ele morasse dentro do armário pendurado em um cabide. Sempre que me desse vontade, eu poderia tirar ele lá de dentro, e ele me olharia que nem os meninos fazem nos filmes, como se eu fosse linda.
Antes de Morrer - Jenny Downham

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


De uma coisa podemos ter certeza:
de nada adianta querer apressar as coisas;
tudo vem ao seu tempo,
dentro do prazo que lhe foi previsto.
Mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo e aí acontecem
os atropelos do destino,
aquela situação que você mesmo provoca,
por pura ansiedade de não aguardar o tempo certo. Mas alguém poderia dizer:
Qual é esse tempo certo?

Bom, basta observar os sinais.
Quando alguma coisa está para acontecer
ou chegar até sua vida,
pequenas manifestações do cotidiano
enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo,
um texto lido, uma observação qualquer.
Mas, com certeza, o sincronismo se encarregará
de colocar você no lugar certo,
na hora certa, no momento certo,
diante da situação ou da pessoa certa.

Basta você acreditar que nada acontece por acaso. Talvez seja por isso que você esteja
agora lendo estas linhas.
Tente observar melhor o que está a sua volta.
Com certeza alguns desses sinais
já estão por perto e você nem os notou ainda.
Lembre-se, que o universo sempre
conspira a seu favor quando você possui um
objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento. 
Paulo Coelho.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010


Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar. Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder. Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos. Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança.
Paulo Coelho

terça-feira, 16 de novembro de 2010


Tenho vergonha de contar-lhe que eu andava nas nuvens. E lamento mais ainda ter de lhe dizer que me sentia como se o tivesse conhecido durante toda a minha vida. E vou agravar as coisas, contando ainda que achava que ninguém me entendia do mesmo jeito que ele. E, como perdi toda a credibilidade com você, também posso dizer que não sabia que era possível ser tão feliz. Mas não vou forçar a barra contando-lhe que ele me fazia sentir segura, sexy, inteligente e meiga. (E, lamento, mas realmente devo dizer-lhe que achava que havia encontrado minha outra metade e agora eu era inteira, e prometo que vou parar por aqui.) (Exceto, talvez, para mencionar que ele sabia rir e era ótimo de cama. Agora falo sério, fico por aqui, já disse tudo mesmo.)
Melancia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

 
Aprendi que esperar é a parte mais difícil, e quero também me acostumar com isso; saber que você está comigo, mesmo que não esteja ao meu lado. Gostaria de poder fazer por ele o que ele fez por mim. Estive pensando muito, e descobri que não entrei naquele café por acaso; os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam.
(Onze Minutos - Paulo Coelho)

domingo, 14 de novembro de 2010


Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada. Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado. Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa. Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão. Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final. 
Tati Bernardi

"Destruir antes que cresça. E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar." 
Caio F. Abreu

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


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Você merece alguém... que sinta seu cheiro e nunca confunda ele, alguem que queira passar não todos as horas perto de voce, mas todos os milesimos de segundos dentro de sua cabeça, alguem que queira que voce seja feliz, independente de estar ou não com ele. Alguem que veja estrelas em seus olhos, e que isso pra ele seja inevitável. Mereces alguem que te queira sempre junta, alguem que a ama demais, e viva com um sorriso no rosto só por saber que voce o ama. Alguem que seja a droga que te cure sempre. Alguem que te cubra o suficiente pra que voce receba o coração dele do melhor jeito do mundo. Você merece alguem que te diga que ama você, sem voce precisar dizer primeiro. Voce merece o seu igual, só que com coisas diferentes.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Cadê aquele cidadão que te achava linda com o cabelo atrapalhado de manhã? Cadê aquele cara que andava com o celular e tirava foto de cada movimento que você fazia? Cadê aquele cara que viajou, que insistiu, que moveu um monte de coisas pra ficar com você? E cadê você? Você tá em algum canto. Largou sua vida de lado e foi viver a vida dele. Enquanto ele se divertia com os amigos, você enchia o saco dele com seu ciúmes. Enquanto ele ia pra festa, você ficava em casa queimando neurônios. E quanto mais ele vivia, mais você esmoecia. Murcha como uma criança que descobriu que Papai Noel não existe. Que confiança e respeito valem mais que juras de fidelidade. Que não existe nada eterno. Que a gente nunca sabe até aonde a gente deixa ir. Que alguns caminhos não tem volta, mas têm várias saídas de emergência. Que a sua vida tem urgência e o resto é bobagem. Que você nasce sozinha pra aprender a fazer escolhas sozinha. E que você só está acompanhada quando aprende a ficar sozinha.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


"A vida não é um placar. O importante não é quantas pessoas telefonam pra você, nem com quem você saiu ou está saindo.Também não importa se você nunca namorou ninguém.O importante não é quem você beijou, que menino ou menina gosta de você.O importante não são seus sapatos, nem seus cabelos, nem a cor da sua pele, nem onde você mora, que esporte você pratica ou o colégio que estuda.Na verdade, o importante não são suas notas, seu dinheiro, suas roupas ou se passou ou não para faculdade.Na vida, o importante não é ser aceito ou não pelos outros, não é ter amigos ou estar sozinho.Na vida, nada disso é importante. O importante na vida é quem você ama e quem você fere.È como você se sente em relação a você mesma.É confiança, felicidade e compaixão.É ficar do lado dos amigos e substituir o ódio por amor.O importante na vida é evitar a inveja, não querer o mal dos outros, superar a ignorância e construir a confiança.É oque você diz e o significado de suas palavras.É gostar das pessoas pelo que elas são e não pelo que têm. Acima de tudo !"

"Um dia nós enxergamos que as pessoas que vivem próximas de nós são nossos verdadeiros amores, que são eles que independente do dia e da hora vão estar sempre ao nosso lado e nos acolher. o tempo passa, e nós vamos aprendendo a dar o verdadeiro valor nas coisas e nas pessoas. vemos que tudo pode acontecer, mas que temos que manter sempre os pés no chão, pensando no que fazemos e à quem estamos machucando. felicidade é conseqüência de sinceridade e honestidade, por isso seja honesto e sincero com as pessoas, pra que ganhe tudo de bom, e em dobro! não transforme pequenos problemas em grandes pesadelos, sorria. não esqueça de quem te faz bem, leve no coração suas histórias, e enfrente o mundo com a cara e a coragem. não faça muitos planos, não viva de ilusão, nunca se sabe o dia de amanhã. viva feliz, e com amor no coração, e você vai ter todas as chances de ser muito feliz nessa vida."

sábado, 6 de novembro de 2010



Procuro um amor, que seja bom prá mim, vou procurar, eu vou até o fim ♪

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto. Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego. (...) Eu quero que você grite dentro da minha cabeça que não precisamos disso e que, por alguma razão, quando a gente se afasta a dor é maior do que todo o mundo que nos espera. Eu ainda preciso que você me ache bonita, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo. Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo. (...) Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final. 
.Tati Bernardi.

terça-feira, 2 de novembro de 2010


Perdoar, não é sinônimo de esquecer assim como lutar não é sinônimo de vencer. Antigos placares nunca zeram e feridas passadas nunca fecham. Veneno cuspido corroe pra sempre, e filmes revividos sempre surgem efeito. Lição de moral não constrói um ser humano, e matéria carnal não forma sua base. Seus erros não rotulam-te, e seus atos não te descrevem. Dignidade não é o mesmo que caráter, e falsidade não é o mesmo que dupla personalidade. Saudade não é o mesmo que necessidade, e o completo é conseqüência do que já foi vazio. O que vem vai, e o que foi volta. Fato que é fato não precisa ser discutido, desobedecer as regras não torna algo mais divertido. Fictício é igual refúgio, e realidade é o mesmo que inferno. O prazer e a dor, o sofrer e o amor, andam juntos. Pedir desculpas não é o mesmo que se arrepender. Perdoar, não é sinônimo de esquecer...

domingo, 31 de outubro de 2010

 
Se eu quiser beber eu bebo, se eu quiser fumar eu fumo. Desconfiança não é meu nome, mais meu sobre nome é imprevisível. Meu sorriso singelo será sua salvaguarda garantida! É nele que sempre você deve confiar; Falei muitas vezes como um palhaço, mas nunca desacreditei na seriedade da platéia que sorria. Um dia deixamos de acreditar nos mocinhos, e começamos a obter sinais da REALIDADE. Ficou difícil, tudo aquilo, nada disso, sobrou meu velho vício de sonhar.. Não vá deixar que seu sonho termine aqui.. Está esperando que? Veja.. Sou muitas em uma só.. Por isso.. A qualidade está inferior, e não é a quantidade que faz a estrutura de um grande amor.. Simplesmente seja o que você julgar ser o melhor! Mas lembre-se que tudo que começa com muito pode acabar muito pior . A espera pode ser escorregadia, enquanto isso, o céu é o limite dos seus sonhos.. E seu único amor, é o amor próprio; Esperar, talvez seja o lógico! Pois esperar é a fraqueza de todos mortais, que deixam de viver por não acreditar, que um dia você vai sem medo acordar, em um mundo onde a estrela é você! Mas, será que o céu basta para meus anseios? Amanhã ou depois, tanto faz se depois.. Mas, será que vai demorar? Será que você vem? Então, viaje comigo?
Para um lugar inesperado! E não me utilize como uma droga, pois sou viciante e tenho contra indicações. Entenda que, compreendi que viver é ser livre, que ter amigos é necessário, que lutar é manter-se vivo. Aprendi que o tempo cura, que a magoa passa, que a decepção não mata, que hoje é reflexo de ontem, que os verdadeiros amigos permanecem, e que os falsos, graças a Deus vão embora.. APRENDI QUE A DOR FARTALECE, aprendi que sonhar não é fantasiar, que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos, que o segredo da vida é viver.. E já te aviso que: Não te trago ouro, porque ele não entra no céu, e nenhuma riqueza deste mundo. Não te trago flores, porque elas secam e caem ao chão. Te trago os meus versos simples, mais que vêem de coração. E sei que, um dia seus pés vão me levar, onde as minhas mãos não podem chegar.. Então assim descobrirá que sou uma estrela perigosa rosto ao vento marulho e silêncio leve porcelana templo submerso trigo e vinho tristeza de coisa vivida árvores já floresceram o sal trazido pelo vento conhecimento por encantação esqueleto de idéias ora por nós decompor a luz mistério de estrelas paixão pela exatidão caça aos vaga-lumes. Vaga-lume é como orvalho diálogos que disfarçam conflitos por explodir, ela pode ser venenosa como ás vezes o cogumelo é. No obscuro erotismo de vida cheia nodosas raízes. Missa negra, feiticeiros. Na proximidade de fontes, lagos e cachoeiras braços e pernas e olhos, todos mortos se misturam e clamam por vida. Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente: excrucitante. Que medo alegre, o de te esperar? E talvez suponha que me entender não é uma questão de inteligência e sim, de sentimento, entrar em contato. E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar. Por isso digo: Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade, e defenda a sua palavra, a vida não vale nada se você não viver uma boa história pra contar.. Venha.. Vamos viver tudo o que há para viver.. Vamos nos permitir. E te peço.. Por favor, não me pergunte onde estou indo porque eu não sei não, eu não sei mais. Vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo. Por que algumas vezes você não entende de onde estou vindo? Eu apenas estou tentando fazer com que você veja que eu desejo as simples coisas.. E quando alguém perguntar de sua experiência, quando você ficar mais velho, eu só queria que alguém tivesse me dito até que aconteça com você! Só uma palavra: NARGUILE.. Sou caipira sim, e com orgulho! E os sonhos de hoje serão o realizar de amanhã.. Amizade? Não se compra, não se ganha, não se empresta, se conquista! Cedo ou tarde, a gente vai se encontrar.. Mas não venha me dizer o que é melhor pra mim, a vida vai mostrando sempre foi assim. Pra que a pressa, se o futuro é a morte? É o que eu te disse? Eu sou assim, partindo pra cima fugindo de mim! Brinque comigo me amando, mas nunca me ame brincando. Você ama a vida? Não desperdice o tempo, pois é dele que se compõe a vida. A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento da sua vida.. Antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. A tragédia da vida não está em não alcançar seus objetivos. A tragédia está em não ter objetivos para alcançar. O tempo é algo que não volta atrás; portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe mande flores. O tempo que você gosta de perde não é um tempo perdido. A primeira condição para ser realizar alguma coisa, é não querer fazer tudo ao mesmo tempo! O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano. Amamos mais aquilo que com mais esforço conseguimos. O talento forma-se na solidão; o caráter, na sociedade. Não sabendo que era impossível, foi lá e fez. O erro nada tem de estranho. É o primeiro estado de todo conhecimento. Grandes trabalhos são realizados não pela força, mas pela perseverança. Pessoas brilhantes falam sobre idéias, pessoas medíocres falam sobre coisas, pessoas pequenas falam sobre outras pessoas. A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para outra. Um dia você chegou, todos te olharam, menos eu. Todos te abraçaram, menos eu. Todos te beijaram, menos eu. Todos sorriram com você,menos eu. Um dia você se foi,todos te esqueceram, menos eu. Por isso, confie em você, e em mais ninguém. Não faça da sua vida um rascunho, pois pode não dar tempo de passar a limpo. Um dia me disseram que quem sonha alto demais, o tombo é grande.. Só que esqueceram de me perguntar, se eu tenho medo de cair. Desconfie do destino e acredite em você! Já que se há de escrever, que pelo menos não se esmaguem com palavras as estrelinhas. Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar. Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Passava o resto do dia representando com obediência o papel de ser.. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. E faz de conta.. faz de conta que ela não estava chorando por dentro - pois agora mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado; ela saíra agora da voracidade de viver. É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros. Rifa-se um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente; contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras, sou irritável e firo facilmente, também ás vezes sou muito calma e perdôo logo. Não esqueço nunca nada, mas há poucas coisas de que eu me lembre. E tenho várias caras, mais todas são verdadeiras, e jamais deixarei cair minha máscara, se eu usa-la alguma vez, uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou uma o quê? Uma quase tudo, vestida de nada. Sou um monte intransponível no meu próprio caminho, mas às vezes por uma palavra tua ou por uma palavra lida, de repente tudo se esclarece. Senti que podia, fui feita para libertar, libertar era uma palavra imensa, cheia de mistérios e dores. Só o que está morto não muda, e quem sabe não mudam também, reencarnação pode existir, e as vezes nem sabemos. Repito por pura alegria de viver: A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena! O que obviamente não presta sempre me interessou muito, gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão. Eu sou à esquerda de quem entra, e estremece em mim o mundo. Sou caleidoscópica: fascina-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro, sou um coração batendo no mundo.. Que minha solidão me sirva de companhia, que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Não sei separar os fatos de mim, e daí a dificuldade de qualquer precisão, quando penso no passado.. Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais fortes, dos cafés mais amargos, e os delírios mais loucos. Você pode ate me empurrar de um penhasco que eu vou dizer, e daí, eu adoro voar! Ninguém dentro de si mesma poderia ter os pensamentos mais desligados da realidade, se quisesse. Se eu me visse na terra lá das estrelas ficaria só de mim. Depois de tudo o que eu disse, dá pra entender quem sou eu? Criar, é a melhor coisa, ainda mais quando paramos e vimos quanta platéia focada no projeto, é assim a vida, a vida é dos guerreiros, e não dos perdedores e vencedores. Eu acredito em mim, e isso basta. Copiar é fácil, aperte “ctrl+c” e fale a todos, “eu criei esse texto” , todos imaginaram que bela artista você é, mais e se te colocarem contra a parede, e disserem, crie mais um, vamos ver seu talento, e ai o que você faz? Copia novamente? E passa a vida copiando?

sábado, 30 de outubro de 2010


"Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho. Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente está precisando das coisas certas.Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma noite inesquecível. Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão. A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo porque a vida não é certa. Nada aqui é certo."

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. 
Caio Fernando Abreu.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


"GAROTA IRRITANTE. Você sabe do que eu estou falando. Aquela que acha que é linda e inteligente e que todo cara está apaixonado por ela. Ela grita "Eu, eu, eu!" e levanta o braço sempre que um professor faz uma pergunta. É a pessoa mais hipócrita da sala, mas não quer parecer hipócrita, então ri muito e age de um jeito idiota para esconder a suposta genialidade. E ela é a bebum mais barulhenta e bagunceira que você já viu. Sem as amigas, ia desmaiar numa poça de vômito no chão do banheiro ou ir voando para a casa de um cara mais velho relaxadão. Mas as amigas dela sempre parecem ter pena dela, e no dia seguinte ela está mais eufórica do que nunca, sorrindo como se nada tivesse acontecido. O problema com a Garota Irritante é que, gostemos dela ou não, sempre temos um pouco dela em nós. É por isso que adoramos odiá-la tanto. Ela é nosso pior pesadelo. Quer dizer, quantas vezes você quis levantar a mão quando sabia a resposta, só se detendo porque não queria parecer uma imbecil? E quantas vezes você quis se sentar no colo de um cara e começar a beijá-lo mas não o fez por medo dele rir na sua cara? De certa forma, a Garota Irritante somos nós sem a insegurança. Ela é tão legal consigo mesma que dá vontade de bater nela. Mas no fundo você também quer poder ser assim tão detestável sem nenhuma preocupação com o que os outros pensam. Encare a realidade, as pessoas sempre vão encontrar motivos para nos odiar, especialmente se formos bonitas. Mas existe uma certa loura que parece incapaz de cometer um erro, não só ela entrou para todas as universidades impossíveis-de-entrar em que se inscreveu, como já conseguiu que todos os caras em cada uma das faculdades fizessem fila para falar com ela."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

 
Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada. Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado. Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa. Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão. Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final. 
Tati Bernardi

segunda-feira, 25 de outubro de 2010


"Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites. A rejeição é um processo de ver-se. Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança. O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fôsse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito. Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades, você saberá o quanto é amado! Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz! O convite da vida cristã é esse: que você possa ser mais do que você faz! ” - Padre Fábio de Melo..

domingo, 24 de outubro de 2010

O encanto nosso de cada dia! =)


Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna? A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto. O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar. Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida. O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuia, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto! Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza. Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também. Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida. Viver é exercício de desprendimento. É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas. Há uma beleza escondida nas passagens... Vida antiga que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem. Deixar a vida seguir. Não há tristeza que mereça ser eterna. Nem felicidade. Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria. Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos... E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar. Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo. O tempo está passando... Uma redenção está sendo nutrida nessa hora... Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Presta atenção. São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você. Ele só é encantado porque você não o possui. E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o passaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela.  
- Padre Fábio de Melo

sábado, 23 de outubro de 2010


Outro dia, uma amiga veio aqui em casa, começamos a conversar sobre literatura e acabei, meio a contragosto, emprestando um livro para ela (sim, sou essa pessoa chata que não gosta de emprestar livros! Ninguém devolve. Sei disso porque estou cheia de livro dos outros em casa). Bom, depois que emprestei, fiquei toda curiosa para saber o que ela tinha achado. Ela não costuma ler muito, mas eu tinha a certeza de que, desse livro, ela ia gostar. Depois de meses enrolando, ela finalmente começou a ler. Daí, um dia, ela entra no MSN e fala: "Terminei o livro". Pergunto: "E aí, e aí?" E ela responde: "Ah, não gostei do final". Sério. "Não gostei do final": isso é tudo o que ela tinha a dizer? Suspirei e perguntei o que ela achou, então, das outras 290 páginas, já que não tinha curtido as últimas dez. "Ah, sei lá, achei que a história ia acabar indo para outro lado", ela respondeu. De novo, a danadinha focada no final. Desisti e não comentei mais sobre o livro (a não ser para cobrar a devolução). E fiquei pensando: quantas vezes a gente não dá muito mais valor ao final das coisas do que à história toda? Nem é só com livros ou filmes. Tem gente que tem um namoro perfeito, que durou três anos felizes, sem nenhuma discussão. Ok, isso não existe. Mas, enfim, o namoro foi lindo a maior parte do tempo e teve um final péssimo - digamos, o cara se apaixonou por uma menina e ambos fugiram para o Caribe. Por que essa parte tem que apagar os três anos inteiros, como se eles não tivessem valido a pena? Tenho uma amiga que ama com todo o amor dela detonar o ex porque ele a largou de repente (embora não tenha fugido para o Caribe com ninguém). Hoje, ela já está toda serelepe com outra pessoa, mas, se você pergunta sobre aquele namoro, ela já vai respondendo que foi uma história sofrida, que quase morreu e tal. Ou seja, os momentos em que os dois tomavam sorvete, os passeios, a harmonia, tudo sumiu, e ficou só um cara sem coração e um fim sofrido. Pior, ficou aquela sensação de "não deu certo". Aliás, se tem uma coisa que sempre detestei nos meus fins de namoro é quando alguém me perguntava: "Ah, mas por que não deu certo?" Só porque acabou, não deu certo? Para mim, passar um tempão feliz com alguém é, sim, dar certo com essa pessoa, vai. Uma vez, um amigo meu, superneurótico com dieta, ficou tão encanado com o tanto que tinha comido numa festa que foi embora para casa de cara fechada, depois de uma noite bem divertida. Também tenho uma amiga que, no último dia de uma viagem de um mês, quebrou um dedo e ficou tão mal-humorada que nem gosta de se lembrar da viagem. Sério, foram tantos dias ótimos, mas ela só se foca no último. Já me peguei fazendo isto também: encanando com a parte chata de uma conversa que, pela noite inteira, foi tão agradável; recordando justamente a hora da festa que não foi legal. Por quê?
Pode ser o hábito, pessimismo, memória ruim. Sei lá. Só sei que eu, até o fechamento desta edição, não faço a menor ideia se existe vida depois da morte. Sem querer ser mórbida nem nada, se não existir, a gente vai ter que se contentar com um final bem sem graça para nossa trajetória: puf, sumimos da Terra. E aí, a vida valeu menos a pena por causa disso? Não acho. Prefiro me focar nas 290 páginas que eu aproveitei.
Liliane Prata - Capricho mês de Outubro..

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


Semana passada liguei pro meu melhor amigo e convidei para um cinema. A gente não se falava desde o ano novo, quando tudo deu errado pro nosso lado. De tempos em tempos sumimos, falamos umas coisas horríveis de quem se conhece demais. Ele topou desde que fosse daqui pra frente, preguiça de conversar da briga e tal. E fomos. Cheguei antes, comprei. Ele chegou depois, comprou água. Porque eu comprei os ingressos, ele comprou também uns doces e disse que pagaria o estacionamento. Porque ele pagaria o estacionamento, eu disse que daria a carona da volta. E com meu coração tão calmo eu voltei a sentir o soninho de sofá de casa com manta que sinto ao lado dele. A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Já tivemos nossos tempos de transar e passar nervoso e aquela coisa toda de quem ama prematuramente. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala "ah, enjoei, ela era meio sem assunto" e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo "ah, ele não entendeu nada" e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia, são quase quinze anos. Somos pra sempre. Ele conta do filme que tá fazendo, eu do livro. Os mesmos há mil anos. Contar é sem pressa de acabar. Se ele me corta é como se a frase que eu fosse falar fosse mesmo dele. É um exibicionismo orgânico, como se meu silêncio pudesse continuar me vendendo como uma boa pessoa. São quinze anos. É isso. Ele me viu de cabelo amarelo enrolado. Eu lembro dele gordinho e mais baixo. Ele sempre comprou meus testes de gravidez, mesmo a suspeita nunca sendo nossa. Eu já fui bem bonita numa festa só porque ele queria me fazer de namorada peituda pra provocar a ex mulher. Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes. Mas meu melhor amigo é meu único amor. O único que consegui. Porque ele sempre volta. E meu coração fica calmo. E ele vai comigo na pizzaria e todos meus amigos novos morrem de rir porque ele é naturalmente engraçado e gente boa e sabe todos os assuntos do mundo. E todo mundo adora meu melhor amigo. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados "alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor" e mais uma vez rimos da piada que inventamos, do pai que chega pro filho e fala: sua mãe não é sua mãe, eu transei com outra". E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica. 
Tati Bernardi

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei. Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. Aquele cheiro que dá vontade de transar pro resto da vida. É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer,implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.  
Tati Bernardi

terça-feira, 19 de outubro de 2010





Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; Aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim. Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
Caio Fernando Abreu

domingo, 17 de outubro de 2010

 
Eu não sei o que realmente deveria sentir. Mas eu sinto, e é forte, e antes de qualquer coisa, me ouça: Você pediu pra te amar, e eu o fiz, trato feito. Acontece porém que eu não tinha preparado para dar nome ás emoções, nem mesmo pra tentar entendê-las. Pois bem, hoje eu entendo, vai além do afeto, da vontade de estar perto, e esse é o problema. Não sabemos até que ponto esse sentimento pode crescer, não sabemos até que ponto isso se torna "bom" ou "mal". E não importa quanto tempo vá durar - é infinito agora.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Minha e das minhas lamentáveis escolhas. Minha e do meu coração lerdo. Minha e da minha imaginação pra lá de maluca. Então, com sua licença, deixe eu e minha culpa em paz. Eu e meu delicioso perdão por mim mesmo. Eu só te peço uma coisa. Pare de culpar a vida. Pare de ter pena de você. Se assuma. Se aceite. Se culpe. Se estrepe. Se mate. Mas se perdoe. Pelo amor de Deus, se perdoe. Somos todos culpados, se quisermos. Somos todos felizes, se deixarmos.
Fernanda Mello

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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Eu preciso aprender a ser menos. Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Porque eu preciso. E preciso muito. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda. Aonde está a placa de PARE bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre e me chama. E eu vou... Com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou... Não digo: "estou indo", não digo: "daqui a pouco", nada tem hora a não ser agora. Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.
Fernanda Mello

terça-feira, 12 de outubro de 2010


Eu preciso muito, muito de você. Eu quero muito, muito você aqui de vez em quando nem que seja, muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs, nem perguntar se estou melhor. Você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone. Basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio. Juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro. Mas eu preciso muito, muito de você.
Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Eu me apaixono com certa facilidade. Ta, com MUITA facilidade. Tudo bem, eu consigo amar até uma berinjela. E faço mil planos, e sofro quando acaba, e tenho certeza de que não me apaixonarei mais, e me apaixono de novo e, bem, volto á primeira casa do tabuleiro. Um dia, conheci um cara muito legal. Mas acho que o meu botão de amar estava desligado. Ou mal apertado, sei lá. O caso é que eu gostava dele, mas não via estrelinhas, sabe? Mas, como a gente se sentia bem um com o outro, acabou que chegamos a namorar. Um dia, observando-o enquanto ele via TV, pensei que eu finalmente tivesse encontrado a chave de um relacionamento perfeito. Porque eu sempre tinha sido apaixonada pelos meus ex, mas quem disse que eu era feliz? A não ser que você considere felicidade chorar pelo telefonema que não vem, sentir o coração apertado ao ver aquela menina dando bola para ele, ficar na miséria a cada briga ou ter vontade de morrer só de pensar na possibilidade de perdê-lo. Tudo bem, nem sempre a coisa era tensa assim. Com certeza, havia períodos maravilhosos. E aí eu ficava eufórica, tinha a certeza de que seria feliz para sempre e fazia planos de casar ter filhos e 2 cachorros. Logo eu, que nem gosto de cachorros. O ponto é: não era uma felicidade tranqüila. Ou eu estava nas nuvens ou na lama. Quando estava na lama, não conseguia enxergar as nuvens-em compensação, quando estava nas nuvens, morria de medo da lama. Ali, na sala, olhando para meu namorado superlegal, me senti uma vitoriosa. Finalmente, eu tinha vencido o amor! Eu tinha mostrado a ele que consigo ter uma relação sem ciúme, sem medo, sem ansiedade e sem discussões porque nada me incomoda.Quer vida mais tranqüila e harmônica que essa?Por que o amor tem essa bola toda, mesmo? Tão mais pratico um namoro sem nenhuma lagrima, nenhum tormento, nenhum aperto no peito e, bem...nenhuma batida forte no coração. É, nem preciso dizer que meu relacionamento superlegal não durou muito. E que eu me senti uma idiota quanto terminei porque eu nunca, NUNCA, tinha vivido uma relação tão saudável e tranqüila. Nem monótona era.A gente fazia mil coisas. Mas o que eu podia fazer se sentia falta da felicidade eufórica e das lamas miseráveis...Eu sentia falta de estar apaixonada. De planejar os próximos 50 anos com alguém, de ter medo de perdê-lo, de ter medo de me perder. Afinal, a paixão é assim, né? Uma delicia, mas deixa a gente neurótica. E se depois de alguns anos virar amor, que é um sentimento sereno e aquela coisa toda? Bom, o maximo que já fiquei com alguém foram 4 meses e garanto: foram 4 meses sentindo batidas fortes no coração. Porque é assim que o amor faz sentido pra mim, meio neurótico.
Liliane Prata

domingo, 10 de outubro de 2010


Ele merece todo meu carinho, e admiração, apesar de não ter vencido o "Raul Gil" ele ja é um vencedor, so pela voz, e o carisma, e como ele nos toca com a sua musica =)
Renatoo Viianna, tem muuuito pela frente ainda! ♥

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê. O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade. E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro. Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos. Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Martha Medeiros

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar. Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz. Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo. Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida. Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram. Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada. 
  • Fabricio Carpinejar

quarta-feira, 6 de outubro de 2010


Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito. A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer, Amar é surpreender.
Martha Medeiros